terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Como é composto o Tanach?

Torah ou Torá (Pentateuco):

Torah
Um rolo da sagrada Torah que contém as leis dadas pelo próprio Eterno a Moisés no Monte Sinai. Um presente oferecido pelo Eterno a todos os povos do planeta.


  • Bereshit (Gênese)
  • Shemot (Êxodo)
  • Vayicrá (Levítico)
  • Bamidbar (Números)
  • Devarim (Deuteronômio)
Neviim (Profetas):
  • Yehoshua (Josué)
  • Shofetim (Juízes)
  • Shemuel (Samuel)
  • Melachim (Reis)
  • Yesha’yáhu (Isaías)
  • Yirmiyáhu (Jeremias)
  • Yechezekel (Ezequiel)
  • Trê-assar (Doze Profetas)
Kethuvim (Escrituras Sagradas):
  • Tehilim (Salmos)
  • Mishlê (Provérbios)
  • Iyov (Jó)
  • Shir Hashirim (Cântico dos Cânticos)
  • Rut (Ruth)
  • Echá (Lamentações)
  • Cohêlet (Eclesiastes)
  • Ester
  • Daniel
  • Ezra/Nechemyá (Esdras/Neemias)
  • Divrê-Hayamim (Crônicas)
O livro que os cristãos têm hoje em casa não é o Tanach, mas um conjunto de escritos chamado Bíblia divididos em “Novo Testamento” e “Antigo Testamento”. O “Novo Testamento” não tem vínculo com a tradição judaica. Trata-se de escritos atribuídos aos seguidores de Jesus. Enfim: não fazem parte e nunca fizeram parte dos escritos sagrados judeus. Por isso, o “Novo Testamento” não serve de fundamento para justificação da vinda de um messias para os judeus.
A porção da Bíblia Cristã que fala da vinda do messias está na parte traduzida como “Antigo Testamento”.
São Jerônimo
São Jerônimo foi o responsável pela precária tradução dos escritos hebraicos que compuseram a Vulgata latina no final do séc. III d.C.
Este é um ponto muito importante que deve ser frisado: todo o “Antigo Testamento” cristão é fruto de uma tradução precária feita por São Jerônimo a partir de escritos gregos que deram origem a tradicional Vulgata, a Bíblia oficial Cristã em latim. Bíblia a partir da qual se fez a tradução para as línguas nacionais de hoje (português, Italiano, Espanhol, Inglês e etc.). Enfim: o cristão brasileiro tem em casa uma cópia traduzida de outra tradução mal feita. Algo assim, no mínimo, deve ser considerado por quem seriamente deseja compreender o que o Tanach diz a respeito da vinda do messias.
Infelizmente, a tradução cristã está repleta de erros grosseiros.  O próprio João Ferreira de Almeida, tradutor da Vulgata para o Português, identificou  mais de 2000 erros na tradução de São Jerônimo. Alguns dos erros estão em partes consideradas fundamentais para “provar” que Jesus era o messias prometido pelos escritos judeus. Obviamente, esses erros são apontados pela crítica como propositais com o intuito de convencer as pessoas e justificar a fé cristã. Mas, independente desses erros, há outras questões igualmente cruciais que veremos logo a seguir.
Eu recomendo que o interessado estude hebraico para ler o texto original e tirar as próprias conclusões. Mas, se isso lhe for muito penoso, que leia pelo menos uma tradução feita diretamente do hebraico por uma equipe idônea para diminuir as incoerências e as interpretações tendenciosas.
O Tanach não é um livro comum. Ele um código. E é de propósito. Toda sua redação respeita a gematria. O que é isso? Cada letra do alfabeto hebraico representa um número. Cada palavra, outro número. Cada linha, outro número. Cada versículo, um número. Cada capítulo, outro número! Todos os números relacionados entre si numa verdadeira tabela gigantesca de relacionamentos matemáticos complexos! Enfim: todos os números estão relacionados entre si por precisas relações matemáticas cheias de significação espiritual. E isso é de propósito. Além disso, todos os escritos sagrados tem uma espécie de “dígito verificador”. Ele impede os copistas de falharem na transcrição de sequer uma letra do Tanach. Enfim: ele torna possível conferir se a cópia está exata, evitando as adulterações voluntárias e acidentais.
Gematria
Gematria: uma arte complexa, ainda incompreendida e má utilizada.
Infelizmente, por melhor que seja a tradução, ela não pode ser estudada através de gematria. Estudo considerado fundamental pelos sábios para extrair os significados espirituais mais profundos dos escritos. A gematria serve também para evitar interpretações equivocadas. Por exemplo: as que ficaram famosas na Idade Média por “justificar” matanças sem fim e o posicionamento de algumas seitas cristãs que preferem deixar seus entes queridos morrerem a receber uma doação de sangue!
Quando lemos uma “tradução”, estamos mais sujeitos a esses equívocos do que quando lemos o original porque podemos lançar mão do recurso gemátrico para colocar a interpretação a prova.
Este livreto: Isaías Segundo o Judaísmo, foi redigido para demonstrar com base no Tanach o porquê Jesus não pode ser considerado messias segundo a tradição judaica. Segundo o Tanach, existem critérios que nos permitem identificar com precisão quando o messias houver chegado. No caso, Jesus descumpriu praticamente todos os critérios.
Vejamos alguns:
Segundo a tradição judaica, o profeta Elias irá reaparecer antes da vinda do Messias (Malaquias 4:5-6).
O Profeta Elias
O Profeta Elias sendo levado vivo ao céu. Caso único na tradição judaica.
No “Novo Testamento” cristão, Jesus afirma que João Batista era Elias (Mateus 11:13-14, 17: 10-13). Entretanto, quando João Batista foi perguntado sobre o assunto, ele negou (João 1:21). O Evangelho de Lucas 1:17 tenta resolver o problema, afirmando que João Batista apareceu no espírito de Elias. É prudente lembrar que o cristianismo em geral nega com ênfase a doutrina da reencarnação. Isso por si só já é uma contradição, já que o próprio cristianismo lança mão dessa doutrina para justificar o retorno do profeta Elias em João Batista. Independente dessa polêmica, há outras críticas em relação ao mesmo assunto. Vejamos:
  • O Profeta Malaquias previu que o próprio Elias iria retornar, e não apenas alguém em seu espírito, caso típico da reencarnação. Elias, para quem não sabe, foi o único que subiu aos céus sem morrer segundo o Tanach (2 Reis 2:11). Por isso, espera-se que o profeta, ao voltar, volte diretamente do céu sem a necessidade de reencarnar.
  • Ressalte-se que João Batista, além de ter negado ser Elias, não cumpriu a profecia do Tanach sobre o retorno do profeta Elias. A profecia diz: “E ele [Elias] fará volver o coração dos pais para o Eterno através dos filhos, e o coração dos filhos para o Eterno através dos pais, para que Eu não venha desferir sobre esta terra uma destruição completa” (Malaquias 4:6). Evidentemente João Batista não realizou a profecia. Pelo contrário,  parte dos judeus se afastou das Leis do Eterno para seguir o “messias nazareno”, Jerusalém entrou em guerra civil e os romanos destruíram  toda cidade, inclusive o segundo templo, após a morte de Jesus.

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